segunda-feira, 20 de junho de 2011

A identidade nacional e o senso de civismo

Nosso país vive uma crise de identidade nacional, a comida que mais consumimos não é brasileira, os rostos que estampam as camisetas que vestimos não são dos heróis brasileiros, os passatempos que mais utilizamos não tiveram origem em nosso país, as coisas que compramos são mais produzidas fora do Brasil do que aqui dentro. O que há de errado com o nosso país ?

Qual criança, se indagada se gostaria de ser brasileira, responderia com um sim? Os videogames são americanos, os fast-foods também. Os brasileiros mais revolucionários usam camisetas do Che Guevara, os mais pops cantam Rihanna, as rádios mais ouvidas tocam Black Eyed Peas, U2, Bon Jovi, Maná, etc.

Poderíamos levantar diversas questões que levam a essa crise de identidade, mas o principal deles, talvez, resida na nossa própria história. Um país colonizado, escravizado, com seus nativos tendo sido convertidos ou mortos já não tem muita história própria pra contar, vendo-se ainda que todas as manifestações de libertação seja colonial, seja escravocrata, seja separatista (como no caso do RS, que tentou separar-se do Império), tem como plano de fundo motivações econômicas e interesses políticos, com uma história política de corrupção e bandidagem estilo faroeste, com uma impunidade quase inacreditável. Como se pode esperar patriotismo de alguém que conheça essa história?

Além disso, nosso país é um destino fácil para imigrantes de diversas nacionalidades, é mais fácil entrar no Brasil do que em uma casa abandonada com portões, portas e janelas escancaradas. A miscigenação cultural criada pela vinda de estrangeiros pra cá, criando verdadeiras colônias no meio de centros urbanos brasileiros, difunde e enaltece a história, a cultura e os costumes de outros países até para cidadãos brasileiros, enfraquecendo nos mesmos o orgulho patriótico brasileiro, percebendo a “beleza”, o “esclarecimento“ e a “superioridade” de outras culturas frente à nossa.

Não se pode negar a importante contribuição desses imigrantes na construção do Brasil que temos hoje, mas precisamos proteger nossa cultura, nossa história que já é tão surrada precisa ser re-escrita a partir de agora, precisamos nos orgulhar por sermos brasileiros e brasileiras, pois todos os erros cometidos até agora são do povo e não do país, esse pedaço de terra generoso e belo, de enorme potencial e grandes qualidades.

A opressão política e o descaso depositados sobre os carentes, que necessitam do estado, enfraquece o amor patriota dessa nação, que se sente abandonada pela própria pátria-mãe. O povo brasileiro se sente pisoteado e esmagado pelo próprio Brasil. Quem trabalhará, se esforçará e tentará construir algo em prol de alguém que lhe tortura, respeitando suas leis e seguindo o tortuoso caminho imposto pelos governantes com pesados tributos e dificuldades de ascensão social criadas pelos “iguais”? A classe média tem sua capacidade econômica encolhida pela carga tributária, dedicando quade metade do seu capital ao pagamento de impostos e tributos criados ao bel prazer dos que governam, a fim de aumentar a arrecadação e o seu próprio espólio.

Pior que pagar esses tributos, é perceber que muito pouco do que pagamos nos retorna como investimentos em saúde e segurança, educação, saneamento. O que mais impressiona é que os governantes esperam que a população siga trabalhando pra pagar esses tributos, sem que lhes sejam garantidas sequer as condições básicas. Nossos jovens são mortos por assaltantes por falta de segurança, nossos jovens viram assaltantes por falta de educação e condições de sobrevivência. Falta educação por que não se investe em escolas, preparo dos professores e remuneração justa pelo trabalho dos mesmos. Não há hospitais suficientes para que a população doente busque ajuda, ficando amontoados em macas e cadeiras nas salas de espera de emergências lotadas, adoecendo e morrendo sem que ninguém sequer perceba.

Somente quando o nosso próprio povo tomar consciência de que somos nós mesmos que construímos a história e os valores do nosso país, é que poderemos virar o jogo a nosso favor.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dia dos namorados

Bem, já é quase dia dos namorados, aliás, este poderia ser apenas mais um, o meu 24º dia dos namorados e só isso, mas não, afinal este é o meu primeiro dia dos namorados namorando.

Pela primeira vez consigo entender a comemoração, a magia, a beleza desta data, a necessidade de se comemorar algo que por si só é uma comemoração da vida: o amor.

Pela primeira vez estou contaminado com o vírus do amor, totalmente sem defesas e sofrendo de cada sintoma inerente a esse invasor que se apodera do meu corpo, da minha alma e de cada parte de mim, mas que não me mata e sim me torna a cada dia mais vivo e feliz.

É difícil compreender como pude sobreviver a tantos anos sem essa sensação maravilhosa de amar e ser amado, compreender e ser compreendido e sem ter nos meus braços alguém que me faça sentir tão bem e completo, que me faça ver as cores da vida antes pálida e amarelada.

Talvez haja quem diga "tudo são flores porque está no começo", talvez seja verdade, talvez não, mas quero muito descobrir, passando mais muitos e muitos dias dos namorados com minha amada.

Gaby, obrigado pelo teu carinho, pelo teu amor, pela tua dedicação, por existir, por ser tão bela por dentro e por fora, por ser a pessoa maravilhosa que tu é e por fazer com que eu queira ser a cada dia uma pessoa melhor. TE AMO!

domingo, 1 de maio de 2011

A morte de Osama Bin Laden

Fofinhos, para quebrar o gelo, venho aqui escrever algumas linhas sobre a morte do terrorista Osama Bin Laden.

Acredito que os atos terroristas planejados e financiados pelo Bin Laden tenham sido a mais terrível parte da história recente de nossa sociedade, uma demonstração da suprema ignorância, intolerância, banalidade e violência que podem atingir e destruir nossa pretensa racionalidade, nos transformando em animais muito piores que os irracionais.

Um ser humano que planeja e executa atos que tragam como consequência a morte de outros seres humanos, e ainda é capaz de afirmar que o fez em nome de um deus, só pode ser alguém que tenha sido atingido por essa suprema ignorância, alguém que não entendeu a mensagem de seu deus e distorce as palavras das sagradas escrituras das mais diversas para ratificar seu impulso violento.

Hoje, após quase dez anos de intensa e ininterrupta busca, ele foi localizado e morto por uma tropa americana, em um esconderijo no Paquistão. Nessa noite, americanos se reuniram e comemoraram a morte do terrorista em frente à Casa Branca.

Apesar de toda crueldade e de todos os atos praticados por Bin Laden, a morte, na minha visão, jamais deveria ser comemorada, festejada, brindada, por pior que seja aquele que morreu. Comemorar a morte é tão desumano quanto planejá-la, por mais desespero que este homem tenha trazido para as pessoas, ainda é um ser humano. Não critico a caçada e o ato de matá-lo, mas a espetacularização e o festejo sobre seu cadáver, que demonstram que por mais dor que sintamos com atos desumanos, não aprendemos a ser humanos de verdade e não perdemos chances de demonstrar essa desumanidade que nos acompanha.

Provavelmente eu não seja compreendido diretamente, talvez o texto exija uma re-leitura para um completo entendimento, mas o que eu realmente quero dizer é que, por mais que ele merecesse, nós não devemos dançar sobre sua sepultura e sim, demonstrarmos que por termos sido testemunhas e vítimas de atos desumanos, queremos banir essa falta de humanidade de nossa sociedade, esquecendo, deixando-a de lado e, para tanto, não devemos reproduzir atos imbuídos deste valor (ou desvalor).

Como seres humanos, fomos todos testemunhas e também vítimas dos atentados planejados, financiados e incentivados por Bin Laden, e ainda como seres humanos, devemos ser capazes de pensar sobre sua morte não com alegria, mas sim com a preocupação de criarmos um futuro menos desumano, não apenas abolindo e condenando práticas que sejam permeadas por essa característica, mas principalmente dando ênfase à disseminação de um pensamento mais humano, inclusivo, tolerante, repleto de valores éticos e morais, capaz de tornar as pessoas mais preocupadas com o próximo, compreendendo suas diferenças e limitações, bem como sendo capazes de lidar com essas características e superá-las, abrindo caminho para uma sociedade que seja globalizada não só no âmbito comercial e mercantil, mas também no âmbito humano.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Férias

Gente, percebi que não postava desde que saí de férias... que coisa, não?!

Pois bem, já retornei às minhas atividades (trabalho e faculdade) e ainda não fiz nenhum comentário sobre minhas férias, que superaram muito minhas expectativas, então, aqui vai um breve (muito breve) relato:

No dia 09/02 segui para o aeroporto internacional Salgado Filho, voo partindo às 21:20, chegando no RJ às 23:05. O voo foi tranquilo, uma viagem agradável, exceto pela parte de não conseguir ir no banheiro dentro da aeronave em decorrência do desagradável balanço, neste dia descobri que a bexiga humana tem uma capacidade volumétrica maior que a da minha geladeira. Chegando no RJ, me deparo, ainda em voo, com uma vista (mesmo que noturna) maravilhosa e, melhor que isso, em solo sou aguardado por um casal de amigos que extrapolam o sentido das palavras prestatividade, hospitalidade e disponibilidade, pessoas incríveis por quem já tinha grande amizade e admiração, sentimentos esses que nessa minha passagem por sua habitação foram ratificados.
A primeira grata surpresa foi a vista do apartamento onde ficaria, 18º andar de um prédio na Barra da Tijuca, com uma vista ( que unia mar e lagoa ) de encher os olhos.
Meus dias já estavam programados, existia um plano de visitas com horários definidos, locais estipulados e grande variedade de atrações.
Visitei o planetário do RJ, Niterói, o Cristo Redentor, o Pão de Açucar, Parque Lages, Jardim Botânico, Forte de Copacabana, Jardins do Catete, Igreja da Candelária, Theatro Municipal, CCBB, Lapa, etc...
Alguns dos pontos que estavam programados não puderam ser visitados, pois fizemos uma incursão ao centro da cidade para visitar museus justamente na segunda-feira, único dia da semana em que estes não operam.
Dia 18/02, ônibus para o Galeão, voo com embarque às 17:30, chegada em Porto Alegre às 19:40, aproveitando para tirar uma foto com o Tonico Pereira que estava lá em um dos cafés do aeroshopping antes de embarcar.
Sou recebido em casa por meus pais com um bom churrasco gaudério.

Foram 9 dias de um tratamento agradável e hospitaleiro, me senti muito a vontade e bem tratado, conheci diversas coisas que talvez não tivesse condição de conhecer tão cedo não fosse essa oferta de hospedagem, fiz coisas que não fazia há tempos, como andar de patins e tomar banho de mar e piscina. Muitas fotos.

Sou imensamente grato aos amigos Rafaela e Allan, que me proporcionaram essa aventura por uma cidade maravilhosa como o RJ, tendo um tratamento tão agradável e hospitaleiro, realmente não há como descrever o quão agradável foi a estada no RJ com vocês e também não há como colocar em palavras o quanto foi importante e agradável pra mim essa viagem.

No retorno ainda ganhei um dos maiores presentes que já recebi, mas isso já é assunto pra posts futuros...

Abraços a todos.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Férias

Háááá porra!!! De férias...

Nada como tirar uns dias pra descansar a cabeça e o velho corpo cansado.
Agora vou deitar porque, sabe como é, de férias não se tem muito o que fazer...

Abraços!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tragédias no Rio

As notícias não param de chegar: mortes, destruição, lama, água e mais água. Os jornais noticiam a "Fúria da natureza" ao redor de todo o mundo. O pânico e o caos tomam conta das ruas do RJ.

É triste analisar uma situação dessas, pois sempre vamos perceber que a culpa de tudo isso é somente das pessoas, a natureza nada ou muito pouco tem a ver com isso. O que ocorre nas encostas de morros com grandes quantidades de chuva hoje, é a mesma coisa que acontece desde o início do mundo, deslizamentos e movimentação de terra tem moldado a superfície da terra desde que o mundo é mundo, o que mudou foi a quantidade e intensidade de chuvas em algumas áreas, mais uma vez por culpa do homem, que provocou o aquecimento global, o desmatamento da amazonia, aumentando a temperatura e fazendo com que o sistema de chuvas fique alterado e as nuvens carregadas não chovem mais sobre a amazônia, chovem agora sobre o RJ, sobre SP.

Estaria tudo bem, se as pessoas não habitassem zonas de risco, como encostas de morros, que já não tem mais a vegetação densa que auxilia na contenção de deslizamentos de terra, ou então se as pessoas ouvissem as autoridades e abandonassem suas casas que se encontram nessas áreas. Por ignorância as pessoas acreditam que devem arriscar suas vidas para proteger um fogão, uma geladeira e uma televisão, coisas que, talvez não com muita facilidade, poderiam ser re-adquiridas, se estas pessoas pensassem em proteger as suas vidas em primeiro lugar.

Os governos também tem sua parcela de culpa, pois preferem agir depois que as coisas acontecem, pois obras de prevenção geram transtornos, exigem desapropriações de terrenos, não dão visibilidade, o que é péssimo do ponto de vista político, apesar de ser 10 vezes mais barato do que a recuperação do prejuízo causado, ou melhor, do que a amenização, pois as vidas perdidas não poderão ser recuperadas. Esses investimentos criam "heróis" políticos, pois o prefeito tal liberou 40 milhões para os resgates, o governador fulano liberou 150 milhões para a reconstrução de casas, o presidente X liberou 1 bilhão pra reconstrução, moradia provisória, colocou o Exército para trabalhar na região, mas o prefeito, se tivesse gasto 20 milhões em obras e realocação de famílias, seria o maior herói de todos, só que permaneceria anônimo.

Temos que, antes de tudo, rever nossos princípios, lamentar a morte dos que se foram, apoiar com o que for possível aqueles que estão lá, arriscando suas vidas para salvar vidas ou pelo menos garantir o direito das famílias de enterrarem seus mortos e, em seguida, cobrar investimento público na prevenção de tragédias como essas que ocorrem no Rio de Janeiro e também em São Paulo.

Talvez entendam meu texto como crítica àqueles que estão sofrendo, mas não é essa a intenção, eu apenas gostaria de mostrar meu entendimento, que é o de que tudo poderia ser evitado pelo povo e agora não é mais o momento de culpar ou criticar. Gostaria também de deixar aqui meu profundo pesar e tristeza com essa enorme perda de vidas e meu desejo de que Deus dê forças às famílias que precisam reconstruir suas vidas.

Fica também meu pedido para que aqueles que puderem, de qualquer forma, ofereçam ajuda a essas pessoas, que estão precisando de todo o apoio possível.